Peguei-te, toquei-te, colhi-te
E enchi-me do teu sabor
Passaste os dedos quentes demais
Na linha funda que me separa
Que me divide em duas metades tão pouco iguais
Uma leve, outra carregada
Uma inteira, outra derrotada
Uma plena, outra desviada
E esta tontura que me acompanha
E este silvo e desvario
São apenas o espelho
Do outro eu, que és tu num corrupio
Esconde-me agora o olhar
Passa a mão num canto meu
Aperta-me num doce embalar
E sossega-me, finalmente, com um beijo teu