Um desafio aos leitores!!

Já que umjeitomanso.blogspot.com me «anunciou» enquanto Contadora de Histórias, vamos lá pôr-me à prova! Quem se interessar, envie-me email (diazinhos@gmail.com) ou deixe comentário num dos textos, com uma palavra ou frase que me «inspire» para um próximo texto. A ver se pega e a ver se estou à altura..

terça-feira, 7 de maio de 2019

A minha musa teve sempre vários corpos (História pedida por UmJeitoManso.blog inspirada pela frase de Casimiro de Brito)

«Ai Rita quando for grande quero ser como tu!
Oh filha, mas tu já estás nos 40, de que estás a espera?»
 
Brevíssimo silêncio, mesmo à (minha) Rita.

«Além disso, que grande coisa essa de ser como eu.


Sim, quero tanto ser como tu, com essa largueza de pensamento, esse dom infinito com as palavras, os
pensamentos, as ideias, tudo de uma inteligência e de uma finesse sem igual. 


Olha, assim quase que me convences.»


Recosta-se no cadeirão de verga, almofadas verde-seco, usado, cheio de histórias sensuais, debaixo deste alpendre carregado de flores e romantismo. Os cabelos loiros enjeitados num desatino e aquela gargalhada rouca que tanto amo:

«Não sei se não serás mesmo mais do que eu minha querida.»


Com a Rita é assim, nunca sei se diz estas doçuras para agradar-me ou se aquilo lhe vem de dentro. Certo é que me sabe bem e, quando estou perto da Rita, encontro-me.

Gosto quando me conta das histórias que está a escrever, das que tem por escrever e das que me inventa. 

«Na verdade, a questão é que não sei se quero ser grande. Gosto de colo e de mimo, preciso de festas na cabeça e de alguém que me leve pela mão. E tu Rita não és nada disso, és rochedo e vendaval desembestado, és senhora de ti e do teu trono, do teu mundo. És inspiração e respiração pausada. E
 eu gostava tanto de ter isso em mim.»

Ela fuma, longas baforadas sexys e redondas, eu pego no meu caderno inspirado e recomeço a escrever. Foram muitos dias, meses e mundos longe das palavras. Agora ela trouxe-me de volta, qual musa inspiradora distante e etérea que me faz crescer.

A minha musa teve sempre vários corpos e hoje consigo nomeá-los a todos. Chego aqui com esta certeza: a minha musa é o amor, nos seus vários feitios e disfarces. Não podia ser melhor... uma musa sem tempo-fim, infinita e plena que me dá a mão sempre que me dispo do mundo e a deixo, assim, chegar de rompante e sem aviso, bem como eu gosto.



(História que casou este regresso com o pedido inspirado da UJM - e com a grande escritora portuguesa que tanto admiro... adivinham quem?)

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