Um desafio aos leitores!!

Já que umjeitomanso.blogspot.com me «anunciou» enquanto Contadora de Histórias, vamos lá pôr-me à prova! Quem se interessar, envie-me email (diazinhos@gmail.com) ou deixe comentário num dos textos, com uma palavra ou frase que me «inspire» para um próximo texto. A ver se pega e a ver se estou à altura..

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Marginalidade(s)

Fazemos a marginal de mota. Ele sabe que isso faz-me feliz e assim disse «por ti abro excepção». Não gosta de penduras e eu percebo esta coisa dele -  até sorrio por isto é mesmo coisa tão dele -, mas faço-me, mais uma vez, excepção (e que somos nós se não aquilo que confirma todas as regras?)
Já pedi autorização para usar aqui as suas palavras, este vislumbre do que ele é. Diz que sim, mas também sei que não iria dizer que não. Não é convencimento, é que conheço-o tanto quanto ele me conhece a mim. Por dentro e por fora, sem cartilhas, nem mapas, sem serem sequer precisas desculpas ou oblíquas explicações. É, sempre foi, sempre será só assim.
Pede que o aperte com as minhas pernas, que me cole peito com costas, cabeça no ombro, mãos na cintura. Não precisa ver-me pelo espelho para saber que vou o tempo todo a sorrir: porque gosto de fazer a marginal de mota em dias de sol ameno e mar azul, porque gosto do vento na cara e na pele, porque é bom tê-lo - enfim - só para mim. Nestes momentos fico capaz de engoli-lo de amor, de paixão, de uma fome insaciável, sem limites e sem pudor. 
Deslizamos até à baía de Cascais. Corro para ir buscar gelados e besuntamos as bocas, entre gargalhadas e mil beijos mil, encostos e abraços, palavras doces e olhos um no outro. Mas não demoro os meus nos seus.

Não gosto de olhar nos seus olhos. Não gosto de olhar porque vejo o fundo do que há nele sobre nós. Os seus olhos em mim engolem-me, sugam-me, tenho medo que me façam desaparecer imperdivelmente, para sempre, para dentro dele. Juro, é avassalador e tira-me o fôlego. É pecado e perdição, é doçura e infinita paixão e são mil coisas que não sei ainda transcrever.

Pergunta se estou pronta para regressar. Respondo que não, sempre não, infinitas vezes não. A mota desliza ao vento, o sol já se põe, as minhas pernas prendem-se às suas e os nossos corpos encaixam sem pedir favor. Sem ele saber estou a devorá-lo de uma vez só, a ele, ao sol que se põe, à pele quente e à vontade que esta estrada não tenha fim.






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