Há dias assim, em que as palavras custam e os gestos ainda mais. Há momentos assim, tempos assim, em que se tem pouco quando se quer muito, em que se sente mais a falta de qualquer coisa mais, em que a sede parece interminavelmente insaciável.
Não é pouco o que queria, mas muito não é também. Queria mais um tempo de nós, mais um passo marcado bem fundo na nossa pele e na história do que vamos sendo e do que seremos, quem sabe, um dia.
Ás vezes o pouco é demasiado pouco. Ás vezes um sim, não chega.
Dói, mas também não faz mal doer. Só mostra que ainda importa, que ainda conta, que afinal é bem mais do que podia ser.
Por aqui me fico e assim me despeço de nós. Pode ser que nos encontremos outra vez. Que voltemos a ser o que um dia fomos, há não tanto tempo assim. A partir deste momento somos outros, juntos sim, a querer o mesmo tanto que sempre quisemos. Mas com uma cicatriz, uma ruga, mais uma dor de crescimento. Parto difícil este, o da nossa história.
Ainda que ainda um, somos então outros e as despedidas fazem-me sempre doer.
As cicatrizes, as rugas fazem parte das histórias de nós todos. Porque a vida não é um conto de fadas, porque às vezes parece que o mundo desaba à nossa frente. Mas quando temos a convicção que ainda vale a pena lutar, por nós, pelos nossos, pelo que criámos juntos devemos ter a força para o fazer, ainda que nos faltem as forças amiúde. Há dias menos bons, é certo. E as cicatrizes e rugas ficam para sempre, é certo. Mas o resultado pode ser qualquer coisa mais forte e duradoura, mais bonita e mais terrena, mais sincera e mais serena. Força! E nunca se despeça de nós, porque cá estamos para ler as suas histórias, que afinal são as "historias de nós".
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