Quando eu fôr grande quero ser como ela: grande, opulenta, de peito avantajado, seios poderosos, ostentosos, portentosos, a fazerem sombra a um umbigo embutido em carnes rijas e rosadas. A coxa larga e firme, tornozelo rechonchudo ainda que bem torneado.
Quero ser como aquela mulher na praia do porto de Sines, contando alto e bom som até três, para a minha amiga escanzeladota tirar-me fotografias sensuais, ora agora de cabelo a soltar mil gotas salgadas enquanto o atiro para trás no meio das ondas, ora enquanto me rebolo deitada, tão extraordinariamente sensual e descomprometida à beira-mar, com a espuma das ondas a ladearem-me as curvas acentuadas.
Quero ser como ela, de sorriso fácil e feliz, enquanto a minha amiga me tira fotografias a meu comando, perante o olhar espantado dos outros veraneantes, toda eu em alta-voz, toda eu bamboleante, toda eu gargalhadas soltas e olhos brilhantes.
O fato de banho preto é o toque perfeito. Elegância acima de tudo, que isto de ser descontraida não tem nada a ver com desleixo ou falta de vaidade. Não, um fato de banho preto bem decotado, que mostre bem o que é bom de ver, mas que me dè esta aura de robusta femme fatale perdida no meio do alentejo salgado é a cereja no topo do bolo.
Ser como ela, cheia, poderosa, rosada e sorridente deve ser mesmo do melhorzinho que há para se ser. Come-se do que se gosta e porque se gosta, na quantidade que apetecer, sempre de ar saudável, satisfeita, altamente curvilínea e gargalhada potente. Toda ela potente. E absolutamente feliz.
As fotografias talvez vão para o rapaz lá da faculdade que todas cobiçam, ou talvez até se aventure a enviar para aqueles programas de televisão que nos dão 5 segundos de fama.. Nao interessa, talvez nem vão para lado nenhum e fiquem até por revelar. O momento foi bom e é o que importa. O caminho é que interessa, não o destino.
Por isso, eu quando for grande quero ser assim como esta mulher reluzente e cheia que vi dançar na areia e cantarolar uma música sexy enquanto saía em camara lenta das ondas.
Talvez no próximo Verão seja eu a rebolar um peito cheio, pesado, nas ondas mornas, a posar para uma máquina fotográfica, a cantar baixinho uma músiquinha sensual. E talvez tenha até alguém por perto a gritar-me bem alto: já está!
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