Procuro-te. É no silêncio da noite que a tua ausência é mais dura, mais só. Tento encontrar ecos de ti nos sítios mais improváveis e nos menos recomendáveis; junto de amigos, junto do que escreves, junto das memórias. Fugiste-me entre os dedos; és areia cinzenta que corre no vendaval dos dias. Procuro-te e não encontro, nem a ti, nem sequer uma sombra de ti. Deixaste-me em silêncio, sem aviso, sem notícia, sem uma esperança sequer. Os recantos que um dia foram nossos fazem-me doer. Fujo deles, tal como foges de mim (será isso? faço-te doer?). Eu pensava num amanhã, tu só queres viver do hoje. E algures nesta confusão de tempos perdemo-nos um do outro. Past tense, present tense. Nos tempos das aulas de inglês tudo era mais fácil, fluía e encaixava com lógica e racionalidade. Past tense, present tense, future tense. As palavras são o que nos sobrou; agora parece que nem isso temos.No fundo toda esta equação impossível de nós merece mesmo uma gorda e enorme question tag: isn't it?
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