Um desafio aos leitores!!

Já que umjeitomanso.blogspot.com me «anunciou» enquanto Contadora de Histórias, vamos lá pôr-me à prova! Quem se interessar, envie-me email (diazinhos@gmail.com) ou deixe comentário num dos textos, com uma palavra ou frase que me «inspire» para um próximo texto. A ver se pega e a ver se estou à altura..

sábado, 24 de dezembro de 2011

Noite de Natal

Os dois, lado a lado, olhando o menino. As mãos tocavam-se sem se enlearem, os corpos encostavam-se sem se encaixarem.
O menino dormia sorrindo, sem saber ao que vinha.
Foram chegando uns e outros, traziam presentes e esperança.
E eles ali, sorrindo, sentindo apenas o milagre daquele momento, de terem ali o seu menino na caminha deitado, dormindo.
Uma estrela ao longe brilhava mais forte que as outras, iluminando o caminho. Todos queriam ver o menino-milagre, presenteá-lo, tocar-lhe ao de leve para se convencerem afinal que de facto estava ali.
Foram tantos anos à espera deste menino, berço da esperança e do amor... Anos de solidão e dor para todos os que agora ali se juntavam, com o coração cheio e os olhos brilhantes.
Ei-lo, nasceu o menino, ao fim de tanto tempo de sofrimento para aqueles dois, ela chorando no sangue que lhe corria do ventre, vendo as vidas que se esvaíam no chão, tantas e tantas vezes, o pai em grito mudo, abafando a sua dor.
As famílias dos dois acabariam ali, neste que agora é pai, nesta que agora é mãe. Dois nomes, dois sangues, duas histórias de gentes que tanto viveram e fizeram, duas famílias que morreriam assim.
Mas então que chega este menino-milagre, depois de tantas perdas, tratamentos e desamor, eis que ele chega, todos o olham incrédulos, de mãos apertadas, falando e até respirando baixinho para não acordar este menino-amor.


A todos um Feliz Natal cheio de amor, esperança e o calor dos nossos.

2 comentários:

  1. Amiga
    Tantas histórias, numa só.
    Chorei. Lembrei o dia em que perdi um filho e, já tinha dois. Lembro-me sempre daquele que se desfez em sangue, no átrio de um hospital. Ainda me dói e, passaram 37 anos. Quando penso nele, a mágoa é enorme. Que homem teria sido? Que mulher seria? Não sei e, dói, dói muito.
    Obrigada pela história.
    As melhoras dos seus meninos.
    Sinto a sua falta quando não escreve.
    Bom Natal, minha querida amiga.
    Beijinho
    Maria

    ResponderEliminar
  2. Querida Maria, como eu a percebo. Também eu perdi um, tão no principiozinho, mas difícil porque seria o primeiro. Mas agora tenho os meus dois queridos meninos e nem penso mais nisso. A Maria é sempre uma doçura nos seus comentários. Espero que esta época destas festas esteja a ser uma alegria! um beijinho
    M

    ResponderEliminar