De repente uma vontade súbita, incontrolável e urgente de dançar contigo. Dançar um slow, como dizíamos no antigamente.
Agora os miúdos não fazem ideia do que é um slow. Como é que começam os namoros nas festas e nas boites? Não consigo imaginar. Se calhar é por telemóvel, sms's, mms's e assim. Os beijos, os primeiros beijos, até devem sair abreviados, como as siglas com que escrevem as novas declarações de amor, tudo a correr, tudo com pressa.
Mas então que de repentemente me deu uma vontade doida de estar a dançar contigo, num espaço e tempo só nossos, com uma música que fosse a nossa, embrulhados no nosso silêncio e no que estaria para vir. Em tudo o que estaria para vir de nosso.
Podia ser assim a nossa primeira noite juntos. Como cantava o Godinho, o primeiro dia do resto das nossas vidas.. O dia, a noite em que tudo se consagraria, os olhares, os gestos, os toques, as promessas.. A noite em que seríamos, finalmente, um do outro.
E a música a tocar e nós a dançarmos devagarinho, bem colados, bem encaixados, talvez eu a murmurar a nossa música no teu peito, talvez tu a prenderes-me com a boca a curva da minha orelha, talvez as nossas mãos um no outro, nas estradas um do outro e a certeza de que a partir desse momento estávamos apenas a começar.
Devagarinho, devagarinho, como num slow.
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