- Fugiu-me da mão e quando tentei apanhá-la já ia longe.
- Tens a certeza que foi assim?
- Então, se te estou a dizer... Bem que a chamei, gritei, implorei até.. E ela nada. Já não queria saber de mim, já ia com o vento, já se desprendia na chuva.
- Então e agora?
- Tens a certeza que foi assim?
- Então, se te estou a dizer... Bem que a chamei, gritei, implorei até.. E ela nada. Já não queria saber de mim, já ia com o vento, já se desprendia na chuva.
- Então e agora?
- Agora sei lá eu que vai ser de mim, assim, sem amparo nem razão, assim tolhido e perdido nas madrugadas, assim sem a mão dela na minha ao adormecer.
- Mas sabes porque é que ela se te desapareceu?
- Mas sabes porque é que ela se te desapareceu?
- Vá-se lá saber, ela também sempre foi um bocadinho assim, de inconstâncias e desaparecimentos. Mas é que desta vez foi pior, desta vez não volta, desta vez ja não a vejo mais. Nunca mais.
- E para onde será que ela se foi?
- Ai isso sei eu bem, isso eu sei das tantas vezes que me avisou, no meio daquela inundação toda de lágrimas, cada vez que nos perdíamos no meio do meio dos nossos dias, quando já nem nos conhecíamos, sabes? Ela bem me avisou que um dia se ia, que um dia me esquecia e que se ia nascer do princípio, à beira da vida dos outros que sabem o que é isso de ser feliz.
- Mas onde é isso exactamente?
- Ai, aí já não te sei responder. Nunca conheci ninguém que seja mais feliz do que eu sou sempre e cada uma das vezes que a minha mão toca a dela.
- E para onde será que ela se foi?
- Ai isso sei eu bem, isso eu sei das tantas vezes que me avisou, no meio daquela inundação toda de lágrimas, cada vez que nos perdíamos no meio do meio dos nossos dias, quando já nem nos conhecíamos, sabes? Ela bem me avisou que um dia se ia, que um dia me esquecia e que se ia nascer do princípio, à beira da vida dos outros que sabem o que é isso de ser feliz.
- Mas onde é isso exactamente?
- Ai, aí já não te sei responder. Nunca conheci ninguém que seja mais feliz do que eu sou sempre e cada uma das vezes que a minha mão toca a dela.
Bem engendrado, bem escrito, bem entrelaçado. Um prazer de ler, como sempre.
ResponderEliminarÀs vezes, é preciso saber o jeito de prender uma mão. Não é com força. Há pessoas que detestam gestos de posse. Talvez ele tenha usado força a mais. A doçura do toque entre duas mãos, é bem mais forte do que a força.
ResponderEliminarBonita e triste história, amiga.
Beijinho
Maria
Queridas UJM e Maria
ResponderEliminarMais uma vez obrigada pela vossas simpáticas palavras. Bom tê-las por cá..
Maria, não podia concordar mais. Talvez tenha sido mesmo esse o problema deste 'amor'--
BJs
Olá, minha amiga
ResponderEliminarEsta história traz-nos uma lição de vida, na minha óptica, e que é, não tomar por garantido o amor ou alguém que amamos. É necessário regar este amor com muito carinho, tratá-lo com mil cuidados como se fosse uma frágil plantinha...
Bj
Olinda